Amores
Raios-parta-isto… Quando penso que as coisas se estão a endireitar e que o meu coraçãozito está mais seguro de si… “taaauuu!”. Já era…afinal era apenas um pensamento. Na verdade das verdades o que parece acontecer não é isso.
Ele tinha o dom de me deixar com um sorriso nos lábios antes e depois de dormir. Ele tinha o dom de me dar a conhecer a felicidade, a entrega. Ele tinha o dom de me fazer sentir especial, diferente, única. Foi com ele com quem aprendi a ser ainda mais carinhosa, mais meiga, mais atenciosa… ele assim o era comigo. Infelizmente, ou então não (ainda estou a tentar descobrir) parece que não estamos com o “timing” certo… Continuo a senti-lo…continua a sentir por mim… continua a doer… Se um dia me sinto feliz por ter passado tudo aquilo com ele, no outro dia fico triste, confusa, baralhada. Tento arrumar a questão com o passar dos dias… Tento afastar os pensamentos, as memórias… mas depois de um passado já muito distante e outro passado agora mais recente fica muito difícil de agir em conformidade com o pensamento. O coração parece sempre ser mais forte. E eu afinal, uma fraca por não conseguir arrancar esses sentimentos de mim. Basta uma mensagem para me fazer vir as lágrimas ao olhos…perguntar –me o “porquê”… ficar chateada comigo mesma por em tempos ter agido que nem uma garota… Ambos mudámos. Ambos crescemos. Ambos deixámos de ser aqueles 2 jovens que sonhavam juntos num futuro quase fantasia. Talvez tivesse sido aí que residiu um dos nossos problemas. Connosco tudo era o mais, nunca o menos. Juntos esquecemos que devia haver uma balança e tentar equilibrar os lados…Protegíamo-nos o máximo dos máximos…os melhores amigos…e namorados. As nossas mãos dadas faziam-nos acalmar, sentir seguros. Apreciávamo-nos. Adormecer juntos era tão bom… muitas vezes ele dizia-me que tinha adormecido a acariciar-me a nuca, o cabelo… muitas vezes eu dizia-lhe que tinha adormecido concentrada na sua respiração, tão serena… Parecia mesmo que nunca nos íamos separar. Mas aconteceu. Já há alguns anos. E voltámos. E separámos… E não se esqueceu. E não se esquecerá.
Foi especial, único. Eterno.