À deriva...
Decidida. Coerente. Emocional. Sonhadora e ao mesmo tempo com os "pés na terra". Se me perguntassem como me caracterizo, seria assim que responderia. No entanto, neste momento confesso-me...à deriva. Acho que sei da verdade e estou com receio de ser confrontada com a verdade, com a decisão. Sei que pode ser o melhor, mas tenho consciência do sofrimento que me poderá causar. Sei que pode ser melhor, mas sei que uma mudança deste género não é fácil. Sei que pode ser melhor, mas sou muito emocional. Sim...pode ser o melhor! Por vezes, tenho vontade de mudar, sei que com essa mudança poderei conquistar os objectivos que desde cedo ambiciono. Desde adolescente que tracei alguns objectivos na minha vida. Nada de extravagante...O básico - diria até. A questão é que hoje em dia o "básico" não é igual ao "básico" da geração dos meus pais. No tempo dos meus pais...havia trabalho, muito trabalho, mas o dinheiro rendia, e a pouco e pouco iam-se fazendo as coisas. Hoje em dia, em Portugal é difícil. Não é com 600€ (para não falar no ordenado mínimo) que os jovens conseguem comprar casa, ir ao supermercado, ter comer na mesa e dinheiro para abastecer o carro. Então...então pergunto-me... Valerá apenas andar aqui a insistir? Parece-me que apenas deixo passar o tempo, não com a ilusão de um ordenado de acordo com as minhas habilitações. Não com a ilusão de que tudo vai melhorar. Não com a ilusão de ascender na carreira. Agora: Sem ilusões. Cresci muito ao longo destes últimos 10 anos, e...aprendi que aquilo que nos ensinam na faculdade, a forma como nos formatam a cabeça para este mercado de trabalho nem sempre está de acordo com a realidade. Não, não está. Contudo, não é uma crítica ao nosso ensino.
Neste momento...sinto-me apenas à deriva... Contrariando todos os adjectivos com que sempre me caracterizei. Obrigada Estado português...Obrigada pela falta de oportunidades e pelas condições precárias que nos dás!