- E esta hein? Ridiculo.
Ora, como sabem, neste momento faço parte da grande percentagem de desempregados portugueses. Passamos tempo e tempo a fazer a tal procura activa de emprego, seja ela com o método que for. O que mais utilizo para me candidatar, e de forma espontânea, é o método presencial (dirigo-me à empresa em questão) ou através da Internet, em que envio via e-mail os documentos que penso serem essenciais em anexo. Também uso o site do netemprego, trovit, no nosso sapinho... Uma grande panóplia é o que é!
Ontem, ao procurar desenfreadamente pelo tal emprego, deparei-me com 1 que, por acaso até era da minha área. Que pensa aqui a je??
“Isto nem é tarde nem é cedo, amanhã levanto-me cedo da cama e aí vou eu rumo ao IEFP ‘pra ver se consigo trabalho!”
Entrei no Centro de emprego, tirei a senha 2, eram exactamente 09h02m, olhei para o papelito com o meu número: Era o n.º 3XXX, e e já estavam 13 pessoas à minha frente. Isto fez me logo lembrar os Centros de Saúde em que temos de ir quase à véspera para que possamos ser atendidos, e com bons modos, de preferência.
[Imagem retirada da net;
Montagem por:Niela]
Passaram as 9h30, passaram as 10h00, passaram as 10h30… E ia me apercebendo da depressão que pairava no ar. Pessoas de pé, pessoas sentadas, pessoas a fazer tempo na rua… E apenas 4 gabinetes em funcionamento. Mas… como o objectivo mesmo era falar com os técnicos, tinha que me ir aguentando…
Eram onze horas e oiço “o utente n.º 3xxx é favor de dirigir-se ao gabinete n.º.....6”… Até que enfim! Dei um salto da cadeira, chegou a minha vez.
Entro, sento-me na cadeira, tira a minha agenda com as referências dos empregos que me interessavam, quando a Sra. X me diz: “Deixe que lhe diga que tem uma agenda muito gira, gosto muito”. E eu a pensar “olha… estão simpáticas…” (ainda eu não tinha visto nada).
Quando ia dar o n.º das tais referências a Sra. X diz: “Então mas como quer que veja as ofertas se ainda não me deu o seu cartão do cidadão?” e eu: “Ok. Fui um bocado estúpida, realmente sem CC não há nada para ninguém, mas também há muitas formas de se dizerem as coisas, e eu não sou nenhuma técnica do IEFP para saber os detalhes e ter que me recordar de tudo”.
(Técnica X): Realmente tem aqui esta oferta a que pode concorrer.
(Eu): Óptimo. Seguimosem frente. Mas, diga-me uma coisa, se possível. Qual é o hotel e é de quantas estrelas? – Uma x que sempre trabalhei em hóteis de 4 e 5* não me convém baixar de categoria, pois, as exigências são inferiores, e existem ofertas de emprego em que uma das exigências é “são admitidos apenas pessoas com experiência em 5*.” Claro está que se fosse uma pensão ou um hotel de 2 ou 3*, não adianta o esforço, visto que era ordenado mínimo e tinha todos dias 60km pra fazer!
(Técnica X): Ah! Isso não sei.
Tentei explicar o porquê da pergunta.
(Eu): De qualquer forma, quero. Se conseguir entrevista, logo verei as condições. E aceito se quiser, se compensar. Se não, lamentavelmente explicarei à entidade em questão o porquê.
(Eu:) “Ah… Terminei à pouco tempo o Curso de Formação de Formadores, já tenho o CCP (Certificado de Competências Pedagógicas de Formador – Antigo CAP), é melhor actualizar a minha ficha de utente?”
(Técnica:) “Ah não… Também não temos ofertas pra isso.”
(Eu: ) “Já que estou aqui, diga-me, não tem conhecimento de mais nada na minha área?”
(Técnica:) ”Olhe, como deve calcular, quando saio daqui, tudo o que me apetece menos é andar a explorar o site do IEFP em casa para os desempregados”!
E eu… TOOOOOOOOOOOOOOOIIIIIIING! Na mouche! Desculpem a expressão, mas que merd*, será que são assim tão insensíveis?? Óbvio que eu não tava à espera disso, nem era disso que estava a falar. Mas como lá trabalha, vão sempre havendo novidades. Porque digo isto??
Porque quando sou atendida pelo técnico Y, ele faz de tudo para ajudar, incentivar, e ter algumas novidades.
Continuando…
Levanta-se do gabinete, eu fico sentada feita parva, ela dirige-se para o corredor, para a fotocopiadora, olha pra mim e diz:
”Aqui tem”.
(Eu:) ”(Já?) E agora tenho de ligar para a entidade, ou envio o curriculum vitae”??
(Técnica X:) “Não sou eu que vou enviar, de certeza”.
Tive que lhe responder à letra – mas sempre com educação.
É que para quem nunca andou nestas andanças acho que é essencial uma explicação, umas luzes de como as coisas se processam, porque senão, como podemos abordar de forma correcta a empresa? É que estavam a responder a uma oferta atreves do Centro de Emprego.
Querem saber da melhor???
Mal cheguei a casa liguei para a entidade afim de marcar entrevista. Respondem-me “E é por causa da oferta que está no IEFP?”; “Sim, sim. Essa mesma”. “Oh… Realmente é muito chato, mas não sei que se passa com o Centro de Emprego, já os avisámos que só queremos HOMENS para a função…Não vale apena mandarem mulheres”, caiu-me tudo mais uma vez. Tanto trabalho para nada. Ainda por cima, mesmo sabendo que não me aceitariam dado o meu género, teria que me deslocar 60km, para carimbarem as folhas para entregar ao IEFP, e para saberem o porquê de não ser seleccionada.
Ridículo não???????????????
Tanta burocracia e depois funcionamos assim!!!
Conclusão: 2 horas à espera para nada.
ATT: Tal como noutras situações, quero e volto a frisar que há excepções, nem todos os que lá trabalham funcionam assim, quero acreditar que estas são raras excepções, eu é que tenho azar!
Um Beijooooo
Niela*